Este "post" destina-se a dar a conhecer algumas linhas condutoras relativamente ao Encontro de Alunos (que ainda não tem nome).
Desde já se informa que todos os interessados em participar com uma comunicação devem realizar uma inscrição prévia até o último dia de Fevereiro. Sendo que até essa data só é requerido um email que servirá como inscrição. A data limite para que indiquem, o tema e o envio do texto a apresentar, será posteriormente notificada.
Todos os interessados devem enviar um email indicando o nome e o ano de licenciatura para encontrodealunos@gmail.com.
Mais se informa que vai ser requerido que se coloque no sítio da faculdade um aviso relativo ao evento, com uma indicação para este post do Blog, mas desde já solicitamos que possam circular a informação pelos vossos contactos.
terça-feira, janeiro 31, 2006
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61 comentários:
Acho muito bem que coloques a notícia no SIGARRA. Mas para a próxima coloca o endereço correcto. Pede para alterarem o URL.
Aquele abraço,
Flávio Miguel.
P.S.: Conta comigo.
Encontro de Primavera? Parece muito light...
Que tal "Jornadas da Licenciatura em História"? Enfadonho demais? Talvez...
A sugestão do nome do evento partiu do Presidente do Departamento. Pessoalmente creio que foi uma ideia feliz, pois brinca com o duplo sentido da palavra Primavera. Por um lado é nessa estação que o evento se vai realizar e por outro lado é realizado por jovens (salvo algumas excepções de B.I., mas que o são de espírito).
No entanto a tua sugestão não era assim tão enfadonha, creio que com o tempo o "Encontro de Primavera" vai tornar-se mais familiar.
Grato pelos vossos comentários.
Este evento parece-me ser uma grande "primavera" dos estudantes da Licenciatura em História, na medida em que abre um espaço de debate, de troca de ideias e de um dos objectivos cruciais de um curso universitário: o estímulo da discussão construtiva. Por outro lado, os discentes vão aprender que devem, necessariamente, "saír da toca" e mostrar o seu enomrme potencial. Uma comunidade académica mais interessada e mais participativa só pode ser um estímulo para devolver à História e aos estudos históricos o protagonismo que lhes deve estar reservado em qualquer cultura com os pergaminhos da portuguesa.
Força, participem! Todos são indispensáveis!
GONÇALO
Engano no título, devia ser Encontro com o DESEMPREGO!
Apesar da situação não ser famosa, creio que o licenciado em História tem condições suficientes para poder conquistar um lugar no mercado de trabalho.
É preciso que tenha feito um bom investimento na licenciatura e que seja dinámico... já agora, na Austrália precisa muito de professores (homens) de História. O governo até oferece laptops e uma boa remuneração aos interessados. Não é tanga.
Este último comentário, demonstra um total alheamento da actual situação do mercado de trabalho. Os dados do IEFP não enganam. Ao que parece a situação mais fácil é enterrar a cabeça na areia e fingir que nada se sucede entretanto. Concordo inteiramente com o autor do Encontro com o Desemprego.
Além do mais, quanto á oportunidade para a Austrália parece mais adequar-se a alguns dos docentes do Departamento que agem em conformidade com os cangurus! Não é preciso mencionar nomes, pois eles já se encontram nos ficheiros classificados do SIS, SIEDM, MI5,CIA, FBI, INTERPOL, etc.
Tal como existe o famoso "Sistema" no futebol, existe uma coisa semelhante na FLUP. Tal fenómeno, encontra-se desde a fundação da FLUP em 1919 alvo da atenção dos principais investigadores mundiais, chegando mesmo a ser comparado ao não menos famoso caso Roswell!
O funcionamento da FLUP, e em particular do Departamento de História assemelha-se em tudo a uma organização mafiosa. Isto é, é uma instituição fora dos padrões normais exigíveis para uma instituição de ensino superior, pois existem padrinhos, beijas-mão, carregadores de pastas, mordomos, porteiros. Enfim, uma autêntica família napolitana a fazer inveja aos Sopranos!
Pois eu servi um mandato de dois anos na Comissão Executiva do DH e com dois presidentes diferentes e apesar de ter constatado que existem alguma divergências entre alguns dos docentes, não vi nada que fosse sequer parecido com esse ambiente mafioso... mas, enfim, reconheço que posso ser mais inocente do que outro observadores mais atentos.
Bom..., é preciso saber que num ambiente obscuro certos pormenores escapam á percepção das pessoas. Mas existem pequenos pormenores exemplificativos do ambiente de cortar á faca que se vive entre os membros docentes do DH. Afinal, por exemplo alguém já percebeu porque é que o Prof. Ivo Carneiro de Sousa foi afastado? Alguém já percebeu a nomeação do Prof. Pizarro para Professor Associado, em vez de docentes mais bem qualificados para o lugar? E quanto aos "ingressos" dos docentes ´Luís Grosso Correira e Olga Lima, que critérios foram usados para a sua integração? A resposta é simples, a Secção Autónoma de Educação foi extinta, pelo que estes docentes foram gentilmente cedidos ao DH, mas com que critérios? Houve concursos publicos? Ao que se sabe nenhum.
Estas questões são bastante pertinentes, e são apenas a ponta do icebergue relativo ao modo como o DH funciona.
A tudo isto se chama ambiente mafioso! Só os ingénuos ou desatentos não entendem, por isso tentem perceber que são os padrinhos, os mordomos, etc. Não será muito difícil chegar a conclusões, bastando atender á hierarquia existente.
O facto do Professor Ivo Carneiro ter sido afastado, passou bem por cima do círculo de decisão do DH. Foi uma decisão do ministério, que a impôs à reitoria e por sua vez, esta à faculdade, chegando assim ao DH.
Quanto à escolha do Professor Pizarro, não posso dizer nada, pois estava a leste da faculdade e muitas mais milhas do DH, quando isso aconteceu.
A questão do Professor Grosso e da Professora Olga, são questões muito pertinentes, mas que ultrapasam em muito a esfera do DH, teríamos que olhar um pouco mais acima na malha administrativa da casa.
Mantenho a minha posição em relação ao ambiente mafioso, não me parece que exista, de facto, algo que se assemelhe a tal comparação.
Pois é, os docentes do DH são uns anjinhos, só basta pedir a respectiva beatificação junto do Papa! Relativamente aos órgãos superiores, basta verificar quem por lá tem passado ao longo dos últimos anos. Aliás, qual é o actual Presidente do Conselho Directivo? Seguramente não é o Tino de Rans!
A actual Presidente do Directivo é a Profesora Inês Amorim, mas é preciso sublinhar que é uma questão interina, porque a anterior Presidente, foi convidada para ser vice-reitora, cargo que aceitou.
Os professores do DH, podem não ser anjinhos, mas certamente não são nem de perto nem de longe a "cambada de mafiosos" que tens apontado.
Já agora se quiseres debater a sério as questões do DH e outras, escreve-me para o meu email, prometo que guardo sigilo quanto à tua identidade. É que ter este debate com um anónimo, já gastou a argumentação possível.
Bem hajas pelo debate que trouxeste a este espaço.
Alguém sabe quem está a presidir a comissão de avaliação EXTERNA do DH? Deixo aqui as iniciais do nome completo: LAAF, ex. Catedrático do DH, uma vergonha! Isto já parece o Apito Dourado.
Bem, a situação é de facto algo estranha, mas não muito, como dizes é um "ex", logo é literalmente "externo"...
Á luz da lei existe aqui neste caso em concreto um conflito de interesses. Esse Catedrático aposentou-se há poucos meses do DH. Por isso, tem interesses directos não realtivamente á sua pessoa, mas aos seus delfins do DH. Em qualquer concurso da administração pública quem tem interesses associados ao concurso em causa deve pedir escusa. Neste caso tal não se sucedeu, e depois a culpa é do Ministério, Enfim...
As grandes vítimas de tudo isto, são os alunos que "comem e calam". É facto que pouco ou nada podem fazer para alterar o rumo dos acontecimentos. Aliás, os alunos universitários em geral, ainda não passaram da fase do Não ás Propinas, em vez de passarem para uma fase bem mais produtiva, que deve prender-se com a responsabilização dos professores perante o ensino e a gestão que fazem das escolas com as propinas. Salvo raras excepções, ninguém sabe o que é que os representantes dos alunos fazem nos órgãos de gestão.
No entanto, os estudantes só se preocupam em fazer a tradicional greve anual e respectivas manifestações perante a indiferença e o desprezo da população em geral, que profere alguns comentários como: " não têm nada que fazer", " só sabem é beber", etc.
Triste Sina!
Uma vez mais afirmo, que não posso debater muito mais estas questões, com alguém que desconheço por completo. Não é intelectualmente honesto, continuar a atirar pedras a telhados de vidro escondido nos arbustos.
Assim, não sei se o meu interlocutor, conhece de facto bem a casa, se já por lá passou, o que fez ou deixou de fazer para mudar a situação.
O meu email está à disposição.
Naturalmente que uma pessoa atenta e esclarecida fala com outras pessoas igualmente esclarecidas. São factos públicos, não são invenções, bastando apenas fazer uma pequena investigação. Estas questões não se dirigem a uma pessoa, mas ao universo geral dos estudantes, como ideias para debater e reflectir individual ou colectivamente.
Em momento algum, vi esta troca de ideias como ataques pessoais. Como se pode imaginar não recebo nenhuma comissão por defender o DH ou os seus membros.
Também acredito que este debate deveria ser mais alargado, mas infelizmente, este blog não está em nenhum top nacional. É uma modesta contribuição para que se fale um pouco mais da História...
Enfim, quem sabe se no futuro, não seremos mais os intervenientes nestes debates.
Sempre os factos relatados ainda não foram refutados. Pelo que já foi afirmado não são invenções, nem ataques seja a quem for. Não nos cabe a nós aferir das qualidades humanas dos docentes, por enquanto ainda não são alvo de avaliação. O que importa deixar são estes alertas á navegação. Será que alguém já se questionou sobre aquilo que os docentes pretendem fazer para alterar o actual panorama dos alunos. A questão dos Mestrados não é a solução milagrosa que irá resolver todos os problemas, bem pelo contrário, existem até doutorados sem emprego ou em situações de grande precaridade laboral. A solução deve ser outra e não será tão difícil como parece, basta ir ver o que é que as outras Faculdades com os mesmos cursos estão a fazer.
É preciso alguma força de vontade, mas a maioria dos docentes, repito a maioria, porque parece que se fez uma generalização a todos os docentes o que não é verdade. Existem poucos, mas bons e empenhados docentes, o problema é que são uma minoria, e o mais grave de tudo têm pouco poder de influência.
Nos dias que correm, já não há nenhuma galinha dos ovos de ouro, nem tampouco soluções milagrosas.
O governo tem legislado a jusante e não a montante em relação aos cursos sem saída, mais cedo ou mais tarde, também o DH, vai perder alguns dos profesores. Este ano, sairam uma série de professores, por razões várias, que levaram a que só fosse necessário "largar" um, a vítima foi o Dr. Mendes Moreira, que estava requisitado do ensino secundário, mas era um dos elementos do DH, que trabalhava muito fora da casa, refiro-me obviamente aos estágios.
Na Portucalense, visto não entrarem alunos para História, o curso quase que fechou, não sei se é esse o destino do curso na FLUP, mas se os números de entradas decairem, então muitos mais docentes perderão o seu emprego.
Cá está, os docentes parecem que não estão interessados em mudar o rumo dos acontecimentos. Por isso mesmo, devem agir em conformidade e apresentar a demissão, caso contrário não têm um pingo de vergonha! Quanto ao Docente Mendes Moreira, não fica desempregado, visto que estava a acumular dois cargos num período em que existem tantos professores de História no desemprego e com enormes qualidades profissionais. Problema díficil de resolver sem a "histórica" cunha!
Eu sei bem que o Professor Mendes Moreira não ficou no desemprego, quando disse que era vítima, referia-me, apenas, a ser o único a sair sem ser por vontade própria.
O Professor Aurélio de Oliveira e o Professor Gaspar, esses sim, ainda que por mitovos distintos, sairam por vontade própria.
Quanto às mudanças que tanto são solicitadas, não são nada fáceis de implementar e não é só uma questão de coragem...
Opinião contrária temos relativamente a estes dois últimos. O Prof. Aurélio com a idade que tem vai reformar-se ainda em bom tempo, e seguramente com uma pensão maior que a do Manuel Alegre. Quanto ao Prof. Gaspar, é uma pena, mas está envolvido noutros projectos, pelo que a sua situação profissional não corre risco. Pena é que aqueles que deviam sair não saem. Mais uma oportunidade perdida!
Creio que o tempo de mudanças ainda não acabou... Como diria um colega meu, o Sr. Vaz, já se ouve o rufar dos tambores.
Isto não vai lá com metáforas, mas sim com acções em concreto. Mais uma vez dizemos que aqueles que devem sair não saem, aqui são deixadas algumas sugestões: O Prof.Eugénio dos Santos que tem uma oportunidade de ouro para ir para a reforma, o Prof. Aníbal Barreira, tal como Mendes Moreira parece que precisa de sair á força, esperemos que não se chegue a tanto, a Prof. Crsitina Cunha só sabe de cor e mal o Album de Paleografia e pouco mais, a Prof. Paula Pinto que ainda anda com a sebenta já ultrapassada, o Prof. Pizarro, que é sem dúvida um bon vivant, ou seja uma pessoa sociável, mas isto não é um Hotel. Deixo aqui algumas alternativas para os substituir: Amândio Barros, Vítor Rui Teixeira.
Creio que o Profesor Eugénio também deixa a faculdade este ano.
Quanto ao Professor Amandio Barros, seria uma excelente mais valia para o DH, confesso não conhecer o Professor Vítor Rui Teixeira.
Pessoalmente acho que os comentários que foram feitos aos outros docentes, são no mínimo exagerados.
Não são comentários, mas sim constatações de facto. Como toda a gente sabe, a cartilha da Dr. Paula Pinto ( as teses de Pirenne por exemplo) já tem mais de 50 anos e encontra-se desactualizada em face aos progressos entretanto alcançados na temática da história económica medieval. Quanto á Dr. Cristina Cunha, nem vale a pena dizer mais nada. O Dr. Pizarro tem algumas qualidades científico-pedagógicas, mas não as suficientes que justifiquem o seu lugar no DH. O Prof. Eugénio é sem dúvida um bom docente, mas não se tem esforçado nestes últimos anos para melhorar o seu desempenho profissional, talvez seja do facto de já ter atingido a Cátedra em 1980! Por ter atingido tão cedo o topo da carreira, naturalmente que a pressão para produzir mais diminuiu, pois já não tinha mais objectivos em termos de progressão académica para alcançar. Felizmente nos últimos anos, estas subidas vertiginosas na carreira têm sido mais "controladas". Preocupante é a situação da docente Dr. Fernanda Santos, que ao longo de 30 anos de carreira académica apenas detém a licenciatura, manifestamente pouco, para não dizer ridículo. Não sei até se é caso único no panorama do ensino superior público universitário português. Não está em causa de modo algum a pessoa em si, que talvez seja a que melhores qualidades humanas possui no DH, sobretudo humildade no relacionamento com os alunos, funcionários e colegas docentes. No entanto, isso não consta de nenhum regulamento, pelo que a perplexidade resulta do facto de a lei exigir que um docente universitário( leia-se do ensino público), necessita de ter no mínimo para ingressar na carreira do Mestrado, ou do equivalente legal que são as Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica. O problema é que a Dr. Fernanda não possuí nenhum, ao contrário dos colegas que têm um ou outra das provas. Além do mais, a isto se chama concorrência desleal com os outros assitentes do Departamento. Não sei como a Flup permite a renovação de contratos como assistente convidada ao longo de 30 anos, não creio ser possível. Aliás, só a partir da categoria de professor auxiliar é que existe a possibilidade de um vínculo prolongado, sendo definitivo com a obtençaõ do título de agregado.
Bom..., que mais se pode dizer, uns com habilitações vão para a rua outros...
Novidade a criação da Associação dos Antigos Alunos de História da FLUP, sem dúvida uma boa iniciativa. Contudo, não é original, mas mesmo assim ao fim de tantos anos houve gente com algum espírito de iniciativa, o que é louvável.
Quanto aos objectivos enunciados são ambiciosos, pelo que a sua concretização não será fácil. Quanto á direcção, esperemos que os órgãos dirigentes a eleger não sejam antigos professores da casa. Isto não por preconceito, mas como forma de outras personalidades assumirem os destinos da Associação, como forma digamos assim de garantir algum distanciamento relativo ao Departamento, sob pena de se tornar numa extenção do mesmo. Ora, não se pretende uma duplicação de funções, até porque uma discussão livre e aberta entre os dois órgãos será seguramente mais produtiva se ambos não se tornarem numa espécie de irmãos gémeos.
Espera-se que a Associação consiga reunir um conjunto assinalável de antigos alunos, porque quantos mais forem mais força terão para se ouvir junto do Departamento.
Isto não quer dizer que ambos os órgãos não devam colaborar, antes pelo contrário, mas isso não significa a subordinação de um perante o outro. Deve existir um plano de igualdade de discussão, pese embora, o facto de do ponto de vista financeiro ser indispensável o contributo do DH.
São necessárias iniciativas, aqui deixamos uma: sensibilizar o DH e os seus responsáveis para a promoção de uma maior abertura do DH ao exterior, nomeadamente através do estabelecimento de protocolos com entidades públicas ou privadas( com o necessário apoio institucional do Conselho Directivo e da Reitoria) que se comprometam a receber os finalistas da licenciatura ( ramo Científico), para exercer funções relacionadas com a área científica do curso(essencialmente funções ligadas á gestão cultural, turismo, relações públicas, etc.). Esse estágio poderá funcionar em moldes semelhantes ao estágio pedagógico, tendo também um Seminário específico a ser realizado na Flup, existindo um supervisor que juntamente com o orientador na empresa procedam á avaliação do estagiário. Devrá existir numerus clausus para o seu ingresso, dependendo das ofertas das empresas. Como a nível económico, as coisas não estão muito bem, e também como forma de não haver privilégios em relação aos colegas da via ensino, os alunos deverão pagar igualmente uma propina para frequentarem o Seminário, e tal como acontece em relação ao estágio pedagógico, este também não deverá ser remunerado( a não ser que uma dada empresa decida atribuir alguma compensação financeira ao estagiário).
Isto não é uma solução milagrosa seguramente, mas poderá abrir outras perspectivas para os licenciados, e como forma de não os "empurrar" para a via ensino, diversificando o leque de escolhas. Obviamente que apenas alguns poderão almejar este estágio, visto que, previsivelmente as vagas não serão muitas. Aliás, estes estágios já existem na Faculdade em relação aos finalistas da licenciatura em Ciência da Informação.
É preciso alguma força de vontade, pelo que se espera que os docentes com os conhecimentos que têm junto de várias instituições sirva para alguma coisa interessante para os alunos. O que se espera de um qualquer professor é que para além de ensinar seja capaz de ajudar a proporcionar um futuro mais ou menos risonho para os seus alunos. Os professores devem deixar de olhar apenas para as suas carreiras e devem empenhar-se no êxito profissional dos seus alunos. Achamos mesmo que esta questão da inserção profissional dos alunos deveria estar no topo dos itens com que qualquer instituição de ensino deveria ser avaliada, como forma de responsabilização da mesma e dos seus responsáveis.
Li com muita atenção estes dois últimos comentários que escreveu, e fico sem saber, se alguma vez procurou expressar-se junto aos ciclos de decisão, nomeadamente do DH.
Quanto à AAAH, neste momento, está ainda na fase de "captação" de membros e o rumo que esta vai tomar depende um pouco de quem se inscrever neste "projecto".
A Propósito vejam esta entreveista:
Se por força do muito mudar, Portugal fosse como a Espanha, as preocupações de Bruno Santos quanto ao seu futuro seriam menores. Pelo menos é nisto que o estudante do 4º ano de História da Faculdade de Letras do Porto acredita. Mas como está em Portugal, Bruno sabe que dificilmente conseguirá um emprego no ensino e que a investigação na sua área quase não existe. Cono não existem institutos públicos de história.
Como vê o seu futuro quando terminar o curso?
Com um misto de ansiedade e preocupação. Apesar de termos recursos históricos, não temos um país que permita aos alunos formados na via científica de História terem muito onde se empregar. Estes licenciados nem sequer têm estágio de um ano no final do curso como os da via de ensino. Por isso, normalmente seguem para os cursos de pós-graduação ou mestrado… No caso dos alunos que seguem a vertente pedagógica, depois do ano de estágio, as coisas tornam-se um pouco negras… Mas eu costumo dizer aos meus amigos que arranjar emprego é como estacionar o carro no parque de um shopping: há-de haver um sítio onde haja um lugar, nem que tenhamos de andar às voltas…
Quando referiu a falta de apoio à investigação histórica vê-a numa perspectiva económica ou política?
Em todos os aspectos. Dou-lhe o exemplo de Espanha. Há um professor desta casa [Faculdade de Letras do Porto] que está a dar aulas na Faculdade de Letras da Universidade de Sevilha e diz que o Estado espanhol incentiva campanhas de conservação e restauro dos monumentos nacionais, mas não contrata empresas, são os próprios alunos de História de Arte que vão fazer o restauro. As investigações realizadas são feitas pelos institutos de história que envolvem as pessoas das faculdades do país. E todos são remunerados pelo Estado! Nós somos um país muito mais pobre que a Espanha mas gasta-se dinheiro tão mal gasto em Portugal… O Estado não nos cria alternativas de emprego mas tem de nos pagar o subsídio de desemprego, logo, perdem dinheiro na mesma. Então porque não rentabilizar a mão-de-obra universitária? O ministro diz que o Ministério da Educação não é nenhuma agência de emprego, mas cabe-lhe estar no sítio certo para nos arranjar as alternativas. E nenhum licenciado vai estar sentado em casa à espera que o emprego lhe caia no colo, mas é necessária uma reforma bastante profunda…
Há pouco falava dos institutos de história espanhóis, o que pensa da extinção de todos estes institutos públicos portugueses?
As medidas que o governo tem tomado ultimamente em relação à redução dos institutos públicos e da própria despesa pública tem a ver com um passado recente de um gastar desmedido do próprio Estado em coisas completamente estapafúrdias. Os cortes que têm sido feitos têm necessariamente de ser feitos, a questão que coloco é: Será que os cortes estão a ser feitos da melhor maneira? Os milhões de euros gastos no europeu de futebol não seriam melhor gastos em institutos públicos, privados ou semi-privados com participações estatais? Em Espanha quase todos os institutos têm uma vertente privada com uma participação estatal que acaba por reduzir as despesas poupando-se dinheiro e criando emprego. Acredito que muitos dos políticos que agora estão no governo tivessem ideias parecidas com as minhas mas, depois chegam lá e as pressões com que lidam podem impedí-los de fazer o que realmente querem…
Mas as universidades podiam ser mais interventivas no sentido de pressionar as instâncias políticas para a “empregabilidade” dos recém-licenciados?
A universidade está separada de quem realmente tem o poder executivo. Não é só uma questão de nos querer dar emprego, mas de querer tornar a nossa mão-de-obra útil para o Estado.
Entrevista extraida de “Há-de haver um sítio onde haja um lugar, nem que tenhamos de andar às voltas…”
Andreia Lobo; Bruno Santos; Jornal "a Página" , ano 11, nº 117, Novembro 2002, p. 27.
Este Bruno Santos esteve em grande. Apesar da situação negra, demonstrou um optimismo controlado. Apontou o dedo a uma ou duas situações interessantes e ajudou, ainda que a uma escala limitada, pelo menos alguns a pensar no "problema" da História.
Agradeço o facto de a ter partilhado aqui no blog.
Facto preocupante, é o alheamento por parte dos docentes do DH relativamente ao futuro próximo do mesmo. Perante todas as mudanças a nível geral que o País tem assistido nos últimos anos, a maioria dos docentes coninuam impávidos e serenos perante a derrocada iminente do DH. Contrariamente ao que se tem feito noutros cursos, o DH numa atitude demagógica solicitou o aumento de vagas da licenciatura de 70 para 90 já há algum tempo. Tal facto demonstra apenas a sede de poder do establishment. Estas alerações, são feitas perante a indiferença do Ministério, que tanto tem proclamado aos sete ventos, a redução ou até mesmo a extinção de cursos com fracas taxas de empregabilidade dos seus formandos.
Mais uma vez, é demonstrado um imobilismo saloio e bacoco, relativamente ás mudanças ocorridas na sociedade portuguesa da última década e meia. O DH, poderá acabar como uma espécie de ilhéu Selvagem, no meio de um arquipélago de mudanças. É urgente a redução do número de vagas da licenciatura, das actuais demagógicas 90 para 30, ou até menos, visto que, o mercado de trabalho não oferece respostas suficientes para tamanha vaga de historiadores.
Aliás, não se percebe que perante tudo isto, tenham aberto licenciaturas nas ditas Universidades privadas com o comando de alguns docentes do DH, num claro jogo duplo, a fazer lembrar os célebres tempos de espionagem da Guerra Fria. Bom, mas como diria o outro as atidudes ficam com aqueles que as praticam. Em vez de melhorarem a situação do DH, empenhando-se totalmente no seu sucesso, fazem uma espécie de frete, para depois aparecerem do outro lado da barricada( leia-se das privadas), com iniciativas interessantes, nomeadamente no que diz respeito aos curricula e á abertura com as empresas. E, depois os portugueses pagam com os seus impostos a estes senhores para fazerem o jogo dos privados.
Não se percebe ainda por que é que não existe uma espécie de Ordem ou Associação Profissional do ramo precisamente para delimitar quem é historiador e quem é apenas contador de estórias com mais ou menos ketchup, ou com mais ou menos fruta- por exemplo qual é a autoridade científica do Doutor Freitas do Amaral para ousar escrever a biografia de D. Afonso Henriques- ainda por cima recomendadas por historiadores de formação, já se está a ver um historiador a escrever um tratado de direito constitucional ou penal ou a assinar um projecto de arquitectura- pura heresia!
Este último comentário está repleto de informação. Em primeiro lugar, não conheço nenhuma privada com História aqui nas redondezas da FLUP, mas uma vez mais, pode ser apenas mais uma das minhas falhas.
Quanto ao número de vagas, custa-me muito que uma pessoa com verdadeira "vocação", fique de fora, por isso, defendo que todos os alunos que colocassem História como 1ª opção deviam poder estudar o que gostam.
Quanto à Ordem dos Historiadores, é uma ideia que está longe de reunir concensos. Existe quem defenda este tipo de premiscuidade, como o caso do Dr. Freitas do Amaral e outros, outros teem apenas receio de um regresso ao "status quo ante", ou seja as corporações, que tantas marcas deixaram.
Existe ainda, no entanto, alguns professores que defendem a criação de tal organismo.
Quanto ao ministério e as suas políticas de controlo, temos já provas suficientes que estes preferem regular os desajustes a jusante em vez de atacar a raíz do problema.
Veja-se a situação em que os interessados na via lectiva, fazem estágio desde o ano lectivo que agora findou. Uma verdadeira anedota.
Enfim...
Existe no Porto a Universidade Portucalense que lecciona a licenciatura em História, tendo também a via ensino, e cujo director de curso é o Prof. Baquero Moreno. Este mesmo docente já exercia essas funções ainda antes da sua aposentação da FLUP em 2001, daí o tal jogo duplo.
Ok, já percebi o comentário anterior, mas segundo as minhas fontes, já há 3 anos que não entra ninguém para a Portucalense em História. Os alunos finalistas deste ano que acabou, foram os últimos a entrar.
Finalmente, parece avizinhar-se uma "limpeza de balneário" no DH, por força de imposições externas. Esperemos, que essa dita "limpeza" não seja indiscriminada, ao ponto de provocar os chamados danos colaterais.
Espera-se que estas mudanças, sirvam para alterar o rumo do DH, visto que, até agora apenas navegava á bolina, de acordo com os ventos e marés! Qualquer instituição, e até mesmo qualquer pessoa deve ter no mínimo uma linha de pensamento e de actuação que a deve nortear, sob pena de mergulhar na indefinição e no caos. O DH tem andado á deriva, pelo que se espera urgentemente que alguém responsável tome o leme e consiga que todos os seus elementos remem na mesma direcção e no mesmo compasso.
Resta esperar..., esperando que a espera não se prolongue por muito tempo, sob pena da embarcação encalhar com grande estrondo e afundar-se epicamente ao estilo Titanic!
Esperemos bem que tal não se suceda, a não ser que queiram também fazer História, neste caso da Desgraça!
Foi-me possível constatar nos dois anos de mandato que cumpri na Comissão Executiva do DH, que não é fácil conseguir que todos remem para o mesmo lado, na maioria dos assuntos propostos.
Não me parece sequer que seja um caso de incapacidade das "chefias"...
Neste momento, existem ainda divergências de ideias suficientes entre docentes para "inquinar" algumas alterações necessárias.
A ver vamos...
As divergências que existem no seio do DH são uma vergonha, para não dizer outra coisa. Para além de não terem adequado licenciatura a Bolonha, ao contrário da Universidade de Lisboa, do Minho e do ISCTE. Por que não dividem o DH em secções, tal como se fez no DCTP, talvez o seu funcionamento fosse melhor, ex. Secçaõ de História Medieval, Secção de História Moderna e Secção de História Contemporânea. Na prática é assim que funciona. Mas, os docentes do DH pararam no tempo, infelizmente para quem lá estuda.
Ao que parece, mesmo com a saída forçada de alguns docentes, o status quo mantêm-se inabalável no seu posto. Parece incrível! Vêm o barco a afundar-se e não fazem nada para impedir tal tragédia. Os docentes do DH são uma cambada de resignados, salvo raríssimas excepções!
Por mais voltas que se dê, torna-se necessário tomar medidas mais drásticas, que vão acarretar a breve prazo o progressivo definhamento do DH, e quem pagará em primeiro lugar serão os alunos.
Afinal, qual será a credibilidade de um diploma académico tirado no DH junto do mercado de trabalho, com todas estas trapalhadas?
Bem, não imaginava que este simples post tivesse levado a tão polémicas conversas. Confesso que fico bastante incomodada com algumas das afirmações que o senhor ou a senhora (anónimo, pois) tem feito com tanta propriedade. Tal como o Luís (que é meu colega de turma), também eu não pretendo aqui defender a boa reputação do DH ou do curso de História. Aliás, desde o início, sempre fui bastante crítica em relação à estrutura e funcionamento da licenciatura. Tive mesmo a oportunidade de manifestar a minha opinião na última reunião da SPEM (Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais), dando a cara, obviamente. São várias as falhas do curso e não as vou agora expor aqui. Mas choca-me imenso que fale com tanta sobranceria acerca dos professores do DH, para além de ser ridículo o seu absoluto desconhecimento de algumas realidades do DH e completamente estapafúrdios os seus "bitaites" (a que chama sugestões). Chegou a afirmar que as suas observações aos docentes nada tinham de pessoal. Noutro post, contudo, classifica o Prof. Dr. Augusto Pizarro de bon vivant e isto para além de pôr em causa as suas qualidades científicas. Se é um bon vivant, tanto melhor e só o posso invejar. De resto, sempre deu excelentes aulas (na minha opinião, das melhores na área de medieval), demonstrando uma actualização bibliográfica impressionante. Quanto à pretensa desactualização da Prof.ª Drª. Paula Pinto, permita-me uma correcção. Nas aulas a que eu assisti, a Professora referiu as teses de Pirenne, é certo. Mas se bem se lembra, referiu-as exactamente para demonstrar que estavam ultrapassadas e confrontou-as com os estudos de Maurice Lombard. Dir-me-á também que Maurice Lombard não é propriamente actual e concordarei consigo. Mas também concordará comigo se lhe disser que os estudos de história económica medieval não tiveram grande desenvolvimento depois dos anos 70 (em Portugal, é, aliás, nulo), salvo recentíssimos estudos anglo-saxónicos que só agora nos vão chegando às mãos.
Quando entrei para a Faculdade muito me encheram os ouvidos com "mitos" sobre os diversos professores (muitos deles pondo em causa a dignidade de alguns docentes). Pura treta de quem não os conhecia minimamente. Tristes histórias de ignorância e imaginação mórbida. O Prof. Dr. Carvalho Homem era o alvo preferido. Contavam-se histórias incríveis, descreviam-no como um E.T. que falava uma linguagem que jamais alguém poderia entender. As pessoas que falavam assim tinham frequentado no máximo três aulas do dito professor. Eu, que fui aluna (no sentido pleno) do dito professor, rapidamente desmistifiquei a figura. E afinal, para quem tem dois dedos de testa, o seu discurso não era assim tão incompreensível. Revelou ainda ser um Professor extremamente disponível e afável com os seus alunos. Isto é apenas um exemplo das coisas estúpidas que tanto se inventam. Não me vou alongar com esta questão dos docentes. Quanto à questão do Dr. Ivo Carneiro, penso que o Luís já o esclareceu e quanto a isso espero que tenha metido a viola ao saco. Eu sei muito pouco sobre o assunto, mas o suficiente para perceber que uma demissão da Função Pública não é uma decisão que dependa do DH. E, mesmo assim, com o pouco que sei (que ainda assim é mais do o senhor/senhora sabe) jamais teria a sobranceria de apontar um dedo acusador ao DH.
Não estou certa do que digo, mas penso que a inclusão do Prof. Luís Grosso e da Dra. Olga Lima no DH se prende com reoorganizações administrativas da Faculdade. Desconheço também o motivo da extinção da Secção Autónoma de Educação. Mas os professores continuam a ser necessários (dão as mesmas cadeiras e ainda mais algumas) e tinham de ser integrados nalgum lado. Além disso, caso não saiba, ambos são licenciados em História. É muito curioso como fala de expulsões e novas contratações no DH. Como se as pessoas fossem peças de xadrez que se movem ao capricho de qualquer um, passando por cima de carreiras, de vidas, e da própria lei. Diga-me, francamente, se acha que é possível pôr e dispor dos docentes de uma faculdade de uma forma tão diabólica como a que sugere. Puramente infantil da sua parte.
A 15 de Novembro todos os responsáveis dos cursos de História das universidades portuguesas vão estar reunidos para debater a reoorganização da licenciatura com Bolonha (daí o atraso). Isto para procurar alguma uniformização. Soube isto na tal reunião da SPEM. Não se esqueça de se informar previamente quando formula as suas opiniões tão sentenciosas.
A sua definição do DH como grupo de mafiosos é, no mínimo, grave (se alguém aqui é mafioso é senhor/senhora que não se digna identificar-se). É natural que haja divergências no DH. Basta pensar que é um grupo extenso de docentes, com áreas de interesse várias, ritmos de trabalho diversos e sobretudo gerações diferentes. Conflitos, meu caro/cara, há-os em todos os grupos de trabalho e nem sempre são contraproducentes. Duvido que os alunos venham a "sofrer" algum dia por causa do DH. De todos os organismos da Faculdade, é o que mais tem defendido, integrado e apoiado os alunos. Os professores e funcionários são extremamente acessíveis e prestáveis. Apoiam iniciativas dos alunos (Clube de História, Encontro de Primavera, Associação de Antigos Alunos) e incentivam à participação dos mesmos na Revista de História. A importância do aluno está longe de ser negligenciada no DH.
Quanto ao Encontro de Primavera, não me posso abster de comentar, uma vez que fiz parte da organização e fui participante. Mais uma vez, mostra que não conhece a realidade. Mas eu explico-lhe. O Encontro de Primavera não teve nada a ver com um cenário deprimente de Encontro de Desempregados. A maioria dos participantes eram finalistas da licenciatura que apresentaram trabalhos científicos e pedagógicos realizados ao longo do curso. Apresentaram-se também resultados de alguns estágios profissionais (sim, profissionais). O encontro não teve nada a ver com preocupações esquizofrénicas com questões de emprego. Foi apenas uma salutar troca de experiências para incentivar o gosto pela investigação histórica. Ninguém vem para a Faculdade de Letras com ilusões de emprego fácil. Pela minha parte, vim com os olhos bem abertos e nem por isso recuei. Claro que tudo depende da visão que temos da Universidade. Para uns, a Universidade é uma via/fase para chegar gulosamente ao mercado do trabalho, para outros é um fim em si mesmo. Ouça, eu não vim para História com o objectivo de ter esta ou aquela profissão específica (e muito menos para ser rica) mas tão só e simplesmente porque gostava de História e porque senti a necessidade de uma sólida formação humanística. Se o mercado de trabalho se vai ou não interessar por mim, isso é um problema meu. E o Encontro de Primavera foi feito por e para pessoas que partilhavam uma única coisa: o gosto pela História. Sim, porque o ser humano também tem destas coisas. Acredito que não faltem por aí muitos ressabiados (não será um/uma desses?) que, incapazes de alcançar um emprego, tenham perdido todo o entusiasmo pela disciplina que um dia abraçaram e que depois se ponham a culpar os professores, a universidade, o sistema e os deuses por não lhe fazerem a papinha toda. Para mim (e isto é uma visão minha), a Universidade não é obrigada a ter uma ligação directa ao mercado de trabalho. Depois, não são os professores que têm de arranjar porcaria de estágio nenhum para os meninos (um amigo meu, que está a fazer Gestão, anda ele mesmo à procura de estágio e é se quer). Porque muita gente de miolo preguiçoso ainda não entendeu que a formação é independente da profissão. Os nossos professores são investigadores. Dão-nos aulas, fazem pesquisa, escrevem ciência. É pouco? É só a acumulação de duas carreiras. Eles só nos podem ensinar aquilo que melhor sabem fazer. Ainda assim, vários têm a boa vontade de fazer outras coisas (e é bom não esquecer). Porque as "voltas" de que fala o Bruno somos nós que temos de as dar e não é nem a Universidade nem nenhum professor que as vai dar por nós.
Belo discurso na forma, mas pobre no conteúdo. Digo pobre no conteúdo, porque a sra.Dra parece estar demasiado preocupada sobre os factos relatados neste blog em comentários anteriores. Factos esses, que até hoje ainda não foram refutados, nem serão seguramente. Cara sra.Dra, parece não saber o que significa a palavra crítica, pois ainda deve ser uma das saudosas do lápis azul.É precisamente esse comportamento de que tudo está bem, que foi apontado de um modo crítico qb. relativamente à actuação do DH, ou nunca leu as "Farpas", ou as obras de Gil Vicente, pois não sabe o que significa ironia ou o sarcasmo! Essa coisa de dizer que o DH funciona bem, que todos os professores são bons, é um discurso que já está mais do que gasto, a não ser para quem ainda ouve a cassete do PCP ou dos sindicatos- pese embora estejam no seu direito de o fazerem. Quanto ao nome ou aos nomes dos intervenientes nestes comentários, é algo que não lhe cabe julgar, pois não lhe reconheço autoridade de pretensa provedora dos bloggers. Tudo aquilo que foi dito, foi no sentido de colocar a mão na ferida sobre aquilo que não vai bem na FLUP e no DH. Convém mais uma vez ressaltar que não se fez nenhuma generalização em relação aos docentes, pois foram mencionados, e bem aqueles que são um estorvo ao desenvolvimento da instituição. Portanto, há que referenciar e até elogoar quem do nosso ponto de vista o merece, e o contrário também se aplica. A sra dra. não vive neste mundo, ou pelo menos não dá atenção à comunicação social e não ouve falar numa frase mil vezes repetida, de que as universidades têm que estar ligadas ao mercado, e portanto devem promover a colocação dos seus formandos nesse mercado. O seu desconhecimento vai até ao ponto de não saber que as universidades e os intitutos politécnicos serão cada vez mais avaliadas em função não só da investigação que fazem, e da consequente qualidade dos seus quadros, como também a questão da inserção profissional dos seus alunos é uma componente cada vez mais importante no contexto da sua avaliação. O modelo que defende só existe no mundo da fantasia, do oculto ou da ficção científica!
É com discursos, como aquele que a Dra. Sequeira fez, que o país se encontra no estado em que toda a gente sabe. É um discurso do politicamente correcto, de que tudo deve ficar como está, porque é bom - estão à vista os resultados! Enquanto assim for, o país não sai da cepa torta, pois o ensino superior em Portugal apenas deve servir para realizar as habituais sessões de folclore anuais: praxes, greves, queima das fitas, etc. O ensino superior em Portugal, salvo raras excepções reduz-se a este triste espetáculo, para isso basta fazer uma pesquisa sobre o tempo de antena dado a estes episódios, no mínimo burlescos!
Já agora, quanto aos professores, tão bons e competentes que são, ao que parece todos, por que é que não têm dimensão suficiente para estarem no topo dos investigadores a nível nacional e internacional?
Bom... os ditos ressabiados são aqueles que não aceitam a crítica, e que são por conseguinte defensores do chamado pensamento único, representado pelos ilustres e ínsignes professores. Portanto, esses ressabiados, são aqueles que vão votar no Dr. Salazar para o Grande Português! São ressabiados em relação à Democracia, mas não têm problema algum pois podem pedir asilo político a Cuba, ao Irão ou à Coreia do Norte, é só escolherem!
Caro anónimo,
este seu último comentário é demonstrativo que há algo de patológico no seu dia-a-dia. Desde já peço desculpa por este tipo de linguagem, mas desconheço forma mais agradável de passar a mensagem.
Até aqui defendeu-se dizendo, e bem, que não colocou os professores todos dentro do mesmo saco e que personalizou as suas críticas. No entanto, neste último coloca dentro do mesmo saco, todas as pessoas que venham, eventualmente, a votar no Salazar. Haja paciência, isto é criticar por criticar, não pretende construir nada de novo.
No entanto, digo ainda mais, se a generalização que fez é desculpável, em parte, aos leigos que teem aparecido no referido programa, já a uma pessoa com formação em História, é inadmissível. Neste ponto, não me refiro apenas à quesão dos votos, mas sim, ao dizer que Cuba, Irão e Coreia do Norte são a mesma coisa.
Pessoas com formação não se podem dar ao luxo de cair no comodismo de generalizações banais.
Não vou defender a Joana pois é, ao contrário, do que insinua, uma pessoa que não vive em mundos de fantasias. Em relação a dizer que o comentário não tem conteúdo é uma questão de prespectiva pessoal.
Só entendo a expressão patologia aplicada a quem parece ter uma espécie de procuração vinda não se sabe de onde para defender tão afincadamente a FLUP. Aliás, é pena que quem esteja à frente dos destinos da instituição não tenha este espírito de combate, no bom sentido da palavra, por uma maior dignificação da Faculdade perante o exterior. Não sei se será da própria arquitectura do edifício, que compele a FLUP a viver numa espécie de mundo aparte. Basta fazer um pequeno inquérito de rua, para saber qual é a opinião das pessoas acerca da FLUP! Quanto às fantasias, não foi dito que a Dra Joana vivia no mundo da fantasia, o que foi dito é que o modelo que defendia é que só se encontrava no mundo da fantasia. Bolas, já ninguém percebe português! Quanto ao debate sobre as diferenças e as simillitudes dos regimes cubano, norte-coreano ou iraniano era uma questão que dava pano para mangas. Mas, se o assim entenderem por que não? Uma coisa é certa, em todos estes países há algumas coisas em comum: repressão, ausência de liberdade de expressão, a máxima de que quem não é a favor do poder dirigente é contra o próprio país, etc. Essa ideia de colocar no mesmo saco os docentes e a votação no Dr. Salazar é uma ideia peregrina que acabou por lançar, dizendo que foi o comentador anterior a fazê-lo. Em política,a isso se chama demagogia!
Realidade ou Ficção?
HISTÓRIA
« Tradicionalmente, o ensino tem sido a grande saída profissional dos historiadores, seja no ensino universitário, seja no básico e secundário. Contudo, esta situação alterou-se nos últimos anos, devido ao número crescente de licenciados em história e que, actualmente, é já manifestamente superior à oferta de lugares no ensino. Esta situação agravou-se pelo número crescente de profissionais de outras áreas de formação que leccionam disciplinas de história (no ensino básico e secundário), aumentado a concorrência para leccionar.
Para aqueles que se queiram dedicar só à investigação, a solução mais frequente é a de recorrerem a uma bolsa de investigação, mas que é bastante difícil de obter. Ligada a esta área, pode-se considerar também a publicação de artigos e livros, mas que só é acessível aos historiadores com bastante experiência e prestígio no meio científico, sendo que mesmo para estes existem muitas dificuldades.
Nas actividades ligadas à protecção e conservação do património, a oferta de empregos é bastante escassa, quer seja por parte de entidades públicas como autarquias, museus, bibliotecas ou arquivos, quer seja por parte de entidades privadas como galerias de exposições ou outras instituições.»
Fonte: Guia das Profissões - Direcção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho.
Realidade ou ficção é um título sugestivo e que estimula o pensamento.
Todas as afirmações vinculadas neste Guia das Profissões aparentemente são verdadeiras, no entanto todos conhecemos alguém que está a ensinar, que é bolseiro, que está a trabalhar num museu, etc. Também será um sentimento mais ou menos generalizado que alguns dos bons postos, só são acessíveis através do factor C. No entanto, e provavelmente de forma naif, gosto de ser um optimista e pensar que os bons elementos acabam sempre por ver os seus esforços recompensados. A conjuntura actual pode de facto ser má, mas se formos contar por exemplo, o número de licenciados em História na Portucalense que estão este ano a fazer as ditas pedagógicas, para poderem candidatarem-se a estágio para o próximo ano ficaremos surpresos.
Porquê é que será que tanta gente formada teima em ir contra as indicações do Guia das Profissões?
Caríssimo Sr. Dr. Anónimo
Muito me apraz o elogio que teceu à forma do meu discurso. Infelizmente, eu, por muito que quisesse, não lhe poderia endereçar um elogio de tal tipo.
Desilude-me que a sua resposta não tenha sido mais assertiva. Dei-me ao trabalho de expor tantos factos e o Sr. Dr. não foi capaz de desmontar praticamente nenhum, salvo na questão da ligação da Universidade ao mercado de trabalho. Compreendo e aceito a sua posição, que é a de muitos. Eu, pessoalmente, não concordo com esse tipo de avaliação do ensino superior. Foi por estas e por outras que afirmou que eu não vivia neste mundo. Engana-se! É mesmo neste mundo que eu vivo e trabalho. Neste mundo que o Sr. Dr. passa a vida a criticar. Ao contrário do Sr. Dr., eu não ando para aí a suspirar por dezenas de mundos diferentes, atingíveis ou não. Para o bem e para o mal, tenho os pés bem assentes na terra e por isso vou vivendo um dia de cada vez, pensando no mundo que existe (e que é só um) e agindo, na medida do possível, para que seja melhor. Mas sabe uma coisa? Para que se possa fazer melhor, é necessário dar valor ao que se tem. Tudo isto é muito diferente de uma atitude conformista que me acusou de defender.
Garanto-lhe que não é por mim que a FLUP ou o ensino superior é confundido/limitado às praxes, greves ou queima das fitas. Eu e os meus colegas trabalhamos sempre para que assim não fosse. Basta olhar para as iniciativas noticiadas neste blog (o Encontro de Alunos, a Universidade Júnior, a Audientis). É este o meu modelo de fantasia (curiosamente, com data, nome, local, provas documentais e tudo…).
As questões de vocabulário. Por acaso não lhe passou pela cabeça comparar o seu modelo de crítica ao das “Farpas” ou das obras de Gil Vicente, pois não? Claro que não. O seu pretensiosismo não chegaria a tanto. Não sou nenhuma adepta do lápis azul ou coisa que o valha. Sei muito bem o significado de crítica e defendo o direito de a exercer. Quem me conhece pessoalmente, sabe bem do meu sentido crítico. E eu nunca pus em causa o seu direito de criticar o que quer que fosse. Se reflectir bem, o que eu condenei foi a “forma” da sua crítica. Sim, porque é preciso saber criticar-se, não negligenciando nunca qualidades como o respeito, o decoro, o bom-senso, a verdade e a dignidade. Por acaso o Sr. Dr. Anónimo tem noção do significado de alguma destas palavras?
Desta vez não me vou dar ao trabalho de defender os docentes do DH, sob pena de o Sr. Dr. sugerir que eu sou uma fiel mandatária da FLUP para assuntos de defesa externa. Eu limito-me a reconhecer o mérito daqueles que foram meus professores. Muitos o reconhecem (nomeadamente a comunidade internacional, que o Sr. Dr. veio meter ao barulho). Se o Sr. Dr. não reconhece, problema seu.
Lamento que continue a não querer divulgar a sua identidade. É feio, é vil. Mas pronto, também não quero ser provedora de coisa nenhuma. Um colega meu costumava dizer que “atrás de um ecrã, um tipo arranja tomates para tudo”. Há muita verdade nisto, não acha?
Respeitosos cumprimentos
Joana Sequeira
Caro amigo anónimo,
Sou um colega de sombra. Gostava de esclarecer algumas coisas. Posso chama-lo de Doutor? Acredito que sim, o senhor já revelou o seu conhecimento universal. Falou de política (a situação do DH), de actualidade ( a situação desconhecida do Irão, de Cuba…) e com certeza tem rudimentos de História. Aprendeste isso tudo, algumas vezes sozinho, outras vezes não. Aquela coisa tão antiga que com teimosia chamam de universidade tem esta função: divulgar saber universal. Não concordo com a ideia que universidade seja sinónimo de mercado, não há nada a venda, tudo para perder. Se for esta a necessidade o senhor devia estudar, sei lá, engenharia. Que tal?
Estou a brincar. O seu conhecimento universal iluminou este blog varrendo a escuridão da falta do seu nome. Reparei a sua cultura literária quando nos lembrou da existência das Farpas e da obra de Gil Vicente. Com toda a sinceridade que me pertence, não encontrei em nenhuma frase a sua ironia que como uma farpa gerasse feridas na FLUP. Antes de concluir, tenho umas sugestões: actualizar os seus conhecimentos literários e controlar que os seus textos sejam isentos de erros.
Gostava de concluir desta forma:
Mais quero asno que me leve, que cavalo me derrube. (Gil Vicente).
Posso voltar na ausência de luz e continuar sem trabalho, além disso sobre o tempo para responder no blog e ler.
Respeitosos cumprimentos
Uma casa na escuridão
Caros bloggers, se começarmos a ter muita gente a escrever sobre a designação de anónimo seria vantajoso para o diálogo usarem letras ou números para podermos destinguir pessoas diferentes.
Quanto aos debates no blog, estou contente com a variedade de posições defendidas e a forma como são apresentadas.
Caros Historiadores. Tanto a Dra. Joana como o Dr. da Casa da Escuridão revelam um incómodo sobre os comentários produzidos anteriormente. Ainda bem, é sinal que os comentários serviram para finalmente se deixarem de reproduzir palavras de circunstância e de salamalaques tão típicos da nossa cultura. As pessoas que não aceitem a crítica como forma de debater ideias, têm uma noção pouco ortodoxa daquilo que significa liberdade de expressão e de opinião. Quanto às actualizações bibliográficas, de que fala o ilustre Dr. Anónimo da casa da escuridão, o melhor é que formule essa sugestão a quem de direito, ou seja, aos professores, que não se dão ao trabalho de actualizarem a bibliografia, inclusivé não se dão ao luxo de referenciar obras esctritas em língua estrangeira, que entretanto tenham sido traduzidas, ou até novas edições acrescentadas e reformuladas de obras de referência. Quanto à ortografia, o melhor é ler algumas "patacoadas" que alguns docentes escrevem até nas suas provas académicas. Não é preciso dizer mais! Quanto à questão do anonimato, não é nada de grave. O que é grave, são as pessoas que nas reuniões dos órgãos da Faculdade assumem uma posição de "yes man", para não perder o seu "tacho" na Faculdade, ou pelo menos não ver a sua carreira prejudicada, e depois dizem o contrário quando de lá saem, e não são anónimos. Mas esta atitude, é que é feia, vil e desonesta. A questão do reconhecimento internacional dos docentes, é no mínimo uma anedota. Faça-se uma lista, e veja-se quantos docentes é que escreveram um artigo numa qualquer prestigiada revista científica de renome internacional, e por quantas vezes? E, depois façam uma comparação com aquilo que outros docentes de outras institutições fazem! Quando há docentes que se "arrastam" penosamente para fazer um doutoramento, sabe-se lá por quanto tempo... Ainda relativamente ao facto da Universidade não ser um mercado, de facto o não é no sentido em que o dr. da casa da escuridão quer dar. Então, qual é que será o papel das Universidades? Será que é apenas para dar emprego a algumas centenas de pessoas? Será que serve para dar o canudo, para depois os diplomados o erguerem com orgulho perante os familiares e amigos? Será que se resume a uma mera transmissão de saberes? Só uma última questão, quando se criaram as Universidades, o seu objectivo era qual? Não seria formar quadros qualificados? Isso não era dar formação para depois se aplicar no contexto de trabalho? E a aplicação do Processo de Bolonha não inclui esse mesmo princípio? Não me venham dizer que a Universidade foi criada com fins lúdicos!
Por último, quanto ao último comentário do Dr. da casa da escuridão é curioso. Diz que não se importa de não ter trabalho. Parabéns, ou é uma pessoa abastada, ou está à espera do rendimento mínimo! Oxalá, os cerca de 500 mil portugueses desempregados pudessem também ter esse seu espírito de total despojamento dos bens materiais!
Eu, pessoalmente, também sou a favor de que a faculdade não tem que ser uma rampa de lançamento para o mercado de trabalho.
Nos dias que correm, cada vez mais, se fala em empregabilidade e não em emprego. É necessário que se entenda a licenciatura como um ponto de partida e não como um ponto de chegada. É óbvio que eu gostava de acabar a licenciatura/estágio e ter assegurada uma colocação na docência e se podesse ser pertinho de casa ainda melhor, mas o mundo não anda ao ritmo dos meus caprichos, infelizmente...
É necessário que a licenciatura, sobretudo a de História, seja vista como uma mais valia para a formação de um indivíduo, os sinais do mercado são mais do que evidentes, no entanto o governo prefere regular a jusante e não a montante.
Quantos dos nossos licenciados, fizeram um esforço sincero por desenvolver trabalhos de investigação de qualidade durante a licenciatura e procuraram os publicar? O Professor Jorge Alves incitou vezes sem conta os alunos a fazerem recensões crítcas que poderiam ser publicadas na revista de História. Tanto quanto sei, nenhum aluno agarrou este desafio.
Luís
Só uma correcção.
Vários alunos agarraram esse desafio. Na próxima revista vamos ter recensões bibliográficas feitas pelos alunos (uma delas, em princípio, será minha, se tiver tempo para a fazer)
Nada como uma informação actualizada.
Os meus sinceros parabéns a todos os que agarraram este desafio. São estes licenciados que fazem falta para dignificarem o curso.
Tu também podias ser um licenciado assim, se não tivesses a mania do "ler à minha maneira". Juízo! Beijinhos
Neste caso a alergia é mesmo essa... mas também não é preciso sermos todos críticos literários, às duas por três ainda tiramos o trabalho ao Prof. Marcelo.
Grato pelo voto de confiança. Muitas felicidades.
Excellent, love it!
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